Cuidado, o cupido está com a sua flecha em riste, prontinha pra aquecer o Québec.
Todo ano é a mesma coisa. Nas semanas que antecedem o 14 de fevereiro, as lojas se enchem de corações. O Dollarama coloca nas suas prateleiras, de chocolates que só devem ser comidos perto de um hospital, a cartões de amor que diabético deve ler com uma injeção de insulina na mão.
É o Jour de Saint-Valentin, ou simplesmente La Saint-Valentin, o Dia dos Namorados no Quebec (em inglês, Valentines Day).
Mas, afinal, quem era esse tal de Valentin pra merecer um dia só pra ele?
Diversas lendas e tradições estão por trás desse dia tão amorosamente especial, e duas são as mais conhecidas, a última, então, bota Romeu e Julieta no chinelo, vai por mim.
Mas uma coisa é certa, de Santo o Valentim não tinha nada. Qual pessoa ‘santificada’ viraria sinônimo do Dia do Amor e do Canguru Perneta?
Partiu contar um pouco de história pra esquentar os amantes
Versão: Balacobaco.
Lá pelos idos anos de 44 a.C, na Roma antiga, acontecia a Lupercalia, uma celebração de purificação da cidade.
A festa rolava no dia 15 do último mês do ano, no caso, fevereiro, sim, pois naquela época o ano começava em março.
Outro nome dessa festividade era dies Februatus ou ainda Februa que era o nome do instrumento usado para a tal purificação.
Os sacerdotes pegavam o februa, que era uma espécie de chicote feito da pele de um bode sacrificado, e, nus, saíam pela cidade sentando a chibata na galera, o que, segundo a tradição, traria saúde e fertilidade, sobretudo para as mulheres.
Ah, e tem mais, durante este 5 à 7 BDSM, rolava também um bingo, só que este não era pra terceira idade, mas pros solteiros e solteiras do lugar (tá, eu sei, pode ter uma velhinha encalhada, mas cá pra nós, ela não vai gerar bebezinhos, né?).
A finalidade desse Bingo do Amor era sortear sortudos e sortudas pra formarem casais ‘temporários’, mas apenas nesse dia 15 de fevereiro.
Versão: Valentim, o desencalhador.
Esta é a minha preferida.
Por volta do século III d.C., o Imperador Cláudio II, Claudinho, pros íntimos, havia proibido o casamento de jovens mancebos, acreditando que, se solteirões, teriam mais garra (tesão?) para combater nas guerras.
Só que um bispo decidiu burlar as ordens do Claudinho, realizando casamentos clandestinos. O nome do bispo safadinho? Valentim.
Ficando Valentim bombado no InstagRoma, acabou por atrair a inveja de um soldado que, na seca, dedurou o pobre do bispo (esta parte é invenção minha).
Valentim acabou preso e condenado à morte por Claudinho. Porém, na prisão, enquanto aguardava a pena capital, começou a receber flores e bilhetes de jovens que diziam ainda acreditar no amor. Ai, que lindinho! E nessa, o Valentim acabou por conhecer e se apaixonar pela filha cega de um dos carcereiros.
Conta-se que ele a teria milagrosamente curado da cegueira. Porém, nada disso salvou a pele do casamenteiro. Ao ser conduzido para a sua execução, deixou uma derradeira mensagem de adeus para a sua amada, tendo supostamente assinado: “De seu Valentim”. E isso tudo aconteceu no dia 14 de fevereiro de 269 d.C., ou seja, na véspera da festa romana da Lupercalia. Na boa, é pra dar inveja em qualquer Manoel Carlos.
Tá, admito, isso é lenda, pois não existe evidência histórica sobre a vida do Valentim, mas gostei tanto do danado que pra mim é verdade e ponto.